RELAÇÃO DIFÍCIL COM O PAI? A FERIDA PATERNA NOS RELACIONAMENTOS AMOROSOS

Sentes que tens ou tiveste uma relação “difícil” com o teu pai? O PAI representa o primeiro homem com o qual a maioria de nós se relaciona, estabelecendo uma base a nível relacional para as figuras masculinas das nossas vidas. A FERIDA PATERNA refere-se ao impacto do vínculo quebrado ou à ferida causada pela ausência física ou emocional do pai de que precisaste na tua infância quando te sentiste indefeso/a, dependente, na necessidade de ser aceite, na necessidade de uma reafirmação de amor e mérito. É tendencialmente causada por: 

– Divórcio, separação ou morte;

– Um pai abusivo – física, emocionalmente e/ou sexualmente;

– Um pai dominante ou controlador;

– Um pai ausente ou emocionalmente distante.  

1: SENSAÇÃO DE ESTARES PERDIDO/A OU DE NÃO CONSEGUIRES ACEDER À IDEIA DO TEU PROPÓSITO… 

Tendes a sentir-te sem rumo, desconectado/a de um sentido de propósito, experimentaste já muitas coisas e nenhuma parece realmente motivar-te, levando-te a procurar uma reafirmação no exterior para que te sintas seguro/a e confiante sobre o que deves fazer.  

2: AS TUAS PARCERIAS TÊM CARACTERÍSTICAS SEMELHANTES ÀS DO TEU PAI…

Se na tua infância viveste a ausência física/emocional por parte do teu pai pode que escolhas parcerias que não estejam disponíveis emocionalmente ou que estejam ausentes; por outro lado, se não te sentiste protegido/a ou cuidado/a pelo teu pai, pode que escolhas parcerias que exerçam um papel paternal, protetor e de cuidador, levando-te em ambos os casos a desenvolver dinâmicas de co-dependência.

3: QUERES SER SEMPRE PERCEBIDO/A COMO FORTE E INDEPENDENTE… 

É a tua ‘criança interior ferida’ que castiga e afasta o pai, que se fecha emocionalmente e que pode ir contra as crenças paternas, que te converte numa pessoa “muito independente”. Isto não é mais do que uma armadura criada pelo medo para não seres ferido/a, levando a que agora, na tua adultez, te seja difícil ser vulnerável nas tuas interações íntimas, e a ter um pé dentro e outro fora das relações. 

4: ACOLHES CRENÇAS LIMITANTES DE DESMERECIMENTO E FALTA DE CONFIANÇA EM TI MESMO/A…

Sentes uma grande dificuldade em te conectares com o teu valor, o que te leva a relacionar desde o medo à rejeição e ao abandono, sendo um desafio para ti colocares-te em primeiro lugar e estabeleceres limites ao teu redor, tendo como consequência o autoabandono, a autossabotagem e o não reconhecimento das tuas próprias conquistas.

5: TENDES A SER ALTAMENTE AUTOEXIGENTE, PERFECIONISTA E A PROCURAR O RECONHECIMENTO EXTERNO…

A tua ‘criança interna ferida’, que procura a aprovação do pai é a criança que alcança metas e conquistas para que todos a reconheçam, a ‘criança boazinha’ que faz o que for para sentir-se amada, reconhecida e valorizada. Isto leva a que hoje, na tua adultez, te percas ou te abandones a ti mesmo/a, desligando a conexão com a tua autenticidade. 

Hoje és uma pessoa adulta e o teu trabalho é escolher o que desejas fazer com essas feridas que carregas, responsáveis por te sabotares a ti mesma e às tuas relações porque a tua ‘criança interior’ está ferida, levando a que procures no exterior – de forma inconsciente – o pai que não tiveste, ao invés de te curares e de te dares a tia mesma tudo o que ele não te pôde dar. 

O que escolhes ignorar ou não curar continuará a repetir-se na tua vida amorosa até que assumas a responsabilidade por isso. A tua dor e a tua luta nas relações, a tua luta na relação contigo mesmo/a, chamam-te para que finalmente possas sarar essa relação central e encontro verdadeira segurança dentro e fora de ti. Se estás preparado/a para descobrir como conectar com o teu merecimento e suficiência, parabéns: chegaste! 

Sabe mais em consultório.

Com estima,
Carlos Marinho

Partilhar a publicação:
Scroll to Top