PADRÕES QUE TE IMPEDEM DE TER UMA RELAÇÃO SAUDÁVEL

1: Aceitas parcerias que não satisfazem as tuas necessidades e desejos, nem fazem match com os teus valores, fazendo com que te conformes com menos ao invés de te retirares. Como não queres afugentar as pessoas, sacrificas a tua própria autenticidade – o que te vai levar à frustração e ao constante ressentimento; 

2: A ansiedade e o medo à solidão podem levar a que procures segurança emocional na tua parceria ao invés de em ti mesmo/a. Sejamos primeiro quem queremos ter ao nosso lado! É necessário trabalhar a relação contigo mesmo/a para construir segurança emocional antes de procurá-la nos outros;

3: Não pedes o que necessitas ou desejas por medo a mostrar-te como carente ou exigente. Este padrão pode fazer-te sair com pessoas que não podem satisfazer as tuas necessidades – porque as não comunicas;

4: Confundes paixão com amor, alinhando-te com valores românticos irrealistas de forma acrítica, e idealizas a pessoa antes de realmente a conheceres na sua mais total autenticidade. Tratar a paixão como um carimbo de certificação de um relacionamento amoroso verdadeiro’ faz-nos esperar: 

…que os sentimentos arrebatadores iniciais da paixão perdurem para a vida inteira; 

…que este ‘amor sempre excitante, sempre adrenalinogénico’, signifique o fim de toda a solidão; 

…que a ‘pessoa certa’ irá entender-nos completamente, possivelmente sem sequer precisar de falar conosco, numa espécie de ‘intuição de alma gémea prometida’

…que iremos conhecer uma pessoa de beleza interior e exterior extraordinária e sentir imediatamente uma atração especial por ela, e ela por nós; 

…que devemos ter sexo altamente satisfatório, não apenas no início, mas sempre; 

…que nunca nos deveremos sentir atraídos por outra pessoa; 

…que deveremos entender-nos intuitivamente; 

…que não precisamos de uma educação no amor: basta seguirmos a intensidade dos nossos sentimentos; 

…que não devemos ter segredos e devemos passar muito tempo juntos (o trabalho não deve atrapalhar); 

…que devemos criar uma família sem qualquer perda de intensidade sexual ou emocional; 

…que o ‘objeto da nossa paixão’ deve ser a nossa ‘alma gémea’, melhor amigo/a, pai/mãe, motorista, contador/a, coordenador/a da casa e guia espiritual. 

É importante perceber que é normal que amor e sexo nem sempre devam estar juntos; que falar sobre dinheiro no início, de forma direta e séria, não é uma traição ao amor; que somos imperfeitos/as, e que o Outro também, de forma a aumentar a tolerância e generosidade em circulação; perceber que nunca encontraremos tudo noutra pessoa, nem ela em nós, não por causa de alguma falha peculiar, mas pela própria natureza do funcionamento humano;  perceber que precisamos de fazer esforços tremendos, e frequentemente um tanto artificiais, para nos entendermos; e de que a intuição não pode sempre levar-nos aonde precisamos de ir. 

Rebentar a bolha destas idealizações e assentar os pés no chão pode abrir-nos caminho para uma relação real, sem por isso ser desapaixonada e, como tal, altamente satisfatória. 

5: Não te mostras autêntico/a nas tuas relações, ocultando pensamentos, opiniões e sentimentos. Também não estás disponível emocionalmente, já que não está a honrar a tua integridade emocional, o que irá fomentar uma relação assimétrica e vazia de intimidade;

6: Privilegias constantemente as necessidades e preferências dos outros às tuas, agradando a outros e não honrando as tuas necessidades, o que demostra à outra pessoa que as suas necessidades estão primeiro, levando a que te abandones a ti mesmo/a na relação;

7: Não estabeleces nem manténs limites externos, ou estás constantemente a modificar ou ajustar os teus limites para te acomodares à outra pessoa, a expensas de ti mesmo/a, e também não estabeleces limites internos. Não atendes a nenhuma norma interna sobre como vais permitir que te tratem, pelo que toleras a ausência emocional na relação.

Curar estes padrões relacionais implica reconhecer que aprendeste a ver o “amor e as relações” de uma maneira específica, ainda que esta perceção não seja a mais funcional ou vantajosa. Como adulto/a consciente, cabe-te a decisão de descobrir o que implica realmente um amor saudável e seguro, para que possas estabelecer relações que fomentem o teu bem-estar e liberdade emocional. Se estás preparado/a para descobrir como cultivar um amor saudável, parabéns: chegaste!

Sabe mais em consultório,

Com estima,

Carlos Marinho

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